BEZERRA NETO
Jornalista e escritor
E-mail: bzneto@gmail.com
Semana de 03 a 10/05/08
Contaram-me essa como piada, mas vejo-a no corriqueiro dos nossos dias, onde existem pessoas que só reparam no seu próprio umbigo, botando defeito em tudo o mais que existe fora dele. Numa reunião de trabalho, ou mesmo num colóquio entre amigos, parceiros, colegas, ativistas, essas estão mais para contestar do que para apoiar uma idéia, um ponto de vista qualquer, uma decisão, ou até mesmo qualquer iniciativa que venha beneficiar um grupo de pessoas onde elas mesmas possam está envolvidas. Sempre tomam posição contrária numa deliberação, dizendo ‘não’ a tudo, como se não atinassem que a vida não gira apenas no seu ‘exe mundi’, eixo sobre o qual gira a sua pobre cabeça de palha. Acham que somente elas detêm o dom da verdade e ninguém mais.
No fundo são essas pessoas amáveis, prestativas, mas que se tornam ‘turronas’ quando não se lhes dão brecha onde possam derramar o seu ‘veneno’ de contestação. Tenho um amigo ao qual me escuso de abordá-lo quando diante de pessoas estranhas, porque ele logo vem intermediando controvérsias. Faz apologia à sua própria palavra!... Tenho outro amigo, que prezo muito, um escritor renomado, que não abre a boca sem antes pronunciar um ‘não’, logo de cara: “Não, eu aceito a decisão da maioria!... Não, aprovo sim! Meu voto é ‘sim’!... Acho que é do berço, da índole das pessoas, que vêm essa frieza, essa distração de vida sem mérito e sem razão de ser. É um agir de gente tola, cujo único objetivo é ser notada pelos circunstantes. É um procedimento errôneo que jamais deve ser imitado.Mas vamos à piada: um ilustre e fidalgo homem, de muitas posses, quis comemorar o aniversário de seu casamento com um jantar, e para isso distribuiu convites entre amigos do casal. Por educação, teve que convidar um elemento conhecido de todos como ‘o boca livre’, que não era bem aceito em lugar nenhum, por ‘botar gosto ruim’ em tudo, além de sair falando mal de qualquer ocasião. O fidalgo sabia do risco que iria correr, mesmo assim mandou convidar ‘o coisa ruim’. Destacou dois garçons só para servi-lho. A recomendação era para que não deixassem que nada lhe faltasse: uísque, do bom e do melhor, gelo, o jantar posto. Ficou de ‘olho’ nos garçons para ver se tudo corria bem. À saída dos comensais, esbarrou o impetuoso: - como lhe trataram, amigo? No que obteve como resposta: tudo teria sido ótimo, às mil maravilhas, se o desgraçado do garçom não tivesse me dado um garfo torto!...