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sábado, 22 de dezembro de 2007

BEZERRA NETO
Jornalista e escritor
E-mail:
bzneto@gmail.com

Zeppelin

Semana de 29/09 a 06/10/2007
Na década de 50 ainda se falava num certo Zeppelin, balão gigante semelhante a um grande charuto, como uma novidade. Foi a maior invenção do homem até então vista, uma criação alemã destinada ao transporte de passageiros. Falava-se muito a respeito dessa engenhoca voadora, e essa história foi passando de pai para filho, de forma que até mesmo as gerações de hoje já ouviram falar sobre o dirigível Zeppelin. Minha mãe contava que vira ele passar cruzando os céus emitindo um som de “tum-dum-tum-dum”, como baticum de tambor surdo. Certa feita, já em 1969, o folclorista Pedro Teixeira me convidou para fazer uma matéria sobre um possível campo de pouso alemão que existiu durante a Segunda Grande Guerra Mundial numa serra entre Boca da Mata e Viçosa. Seu cume tinha formato plano e parecia ter sido betumado, como uma pista de pouso e decolagem mesmo, podendo ser zona de abastecimento para o Zeppelin – disse-me. Fazia disso um “segredo”, com receio de ser mal interpretado. Infelizmente ele morreu e eu não pude satisfazer esse seu desejo. Dois de julho de 1900; esta data histórica para a aviação mundial marca o vôo inaugural do dirigível Zeppelin-LP-1, uma aeronave tipo balão, impulsionada por dois pequenos motores. Seu inventor, o conde e general alemão Ferdinand Adolf Heirinch Graf von Zeppelin (1839 -1917), conseguiu sobrevoar o lago Constanza, na fronteira da Alemanha com a Suíça. O conde gastara uma fortuna na construção desse monstrengo voador, de estrutura rígida e ovóide, parecendo um grande ovo mesmo. Entretanto, o tecido que cobria a estrutura de alumínio do balão se rompeu no pouso, acabando com a festa.
O milionário já estava na bancarrota, por causa dos gastos com suas invenções, mas não se intimidou com o fracasso de sua experiência e, em 1908, voltou a ganhar os ares da fama com o LZ-4, ao cruzar os Alpes, numa viagem de 12 horas sem escalas. Somente a partir daí, Zeppelin passou a ser financiado em suas pesquisas pelo governo alemão. Em 1910, ele inaugurou linhas regulares na Europa, mas só em 1928 (onze anos após sua morte) o Zeppelin ficou pronto e partiu para uma volta ao mundo. Tinha 245 metros de comprimento e era sustentado no ar por 200 mil metros cúbicos de
hidrogênio, tendo sido esse o maior dirigível da história. No dia 22 de maio de 1930, quando um desses grandes dirigíveis chegou a Recife pela primeira vez, o fato teve tamanha repercussão que Estácio Coimbra, então governador de Pernambuco, decretou feriado estadual. O “peixe-voador” pousou no Campo dos Dirigíveis do Jiquiá.

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